27 junho, 2007

''Last King of Scotland''



Ao longo das muitas explicações que me foi dando na ''idade dos porquês'', a minha mãe sempre o referenciou como sendo um exemplo de megalómania.
Muitas vezes quando o tema da conversa era o devaneio de alguns chefes de Estado Mundiais, logo vinha o exemplo de Amin e das atrocidades por si cometidas.
Foi assim que convivi durante sempre com esta personagem. Como sendo um ''gigante'' tresloucado, que tinha a fama de ser canibal e de ter matado mais de 300000 compatriotas em apenas oito anos de ''mandato''.
Aliás, não fora o adjectivo que advém da sua elevada estatura e podia ser considerado como muitos outros lideres africanos da metade do século XX.

Apesar de o filme ter estreado no ano de 2006, foi ontem que o vi pela primeira vez. Confesso que o considerei um bom filme, não pela excelente prestação dos actores que nele participam, mas pelo caracter documental que a própria película assume.
Baseado em factos verídicos, conta a história de parte do mandato de Idi Amin, lider do Ruanda durante a decada de 70 (1971 a 1979).

No fim do filme e já com a cabeça na almofada, só me conseguia lembrar da expressão de Winston Churchil, ''a democracia não é o sistema perfeito, apenas o melhor que temos''. Ora bem, no caso Africano este exemplo não será tão válido como parece. Acredito que o actual conceito de estado tal como o conhcemos não cabe no exemplo Africano. Em Africa a ideia de soberania estadual, ao contrário do que existe na maior parte do mundo civilizado, não é o valor com quem mais se sentem reconhecidos os cidadãos de uma determinada região. Ou seja, para um africano a ideia de cidadania aparece sempre atrás da sua tribo ou etnia.Um africano, antes de ser nacional de um país, é de uma determinada etnia, é esse o elemento uniformizador da sua cultura, religião e personalidade. Posto isto será sempre muito dificil garantia uma componente humana suficientemente homogénea para criar uma ideia de nacionalidade, que sirva de elemento unificador de um grupo de pessoas.
Já a componente territorial do conceito de estado também se torna muito dificil de assegurar uma vez que, as várias tribos nem sempre tem o seu território delimitado a ponto de se poder proceder a uma divisão administrativa da mesma.
No fundo o nosso modelo de estado não se adapta àquela realidade,quanto a mim até é bastante incompatível.Na verdade os resultados estão à vista. Com a excepção de alguns exemplo melhor sucedidos, os países Africanos estão longe de poder proporcionar qualidade de vida aos seus cidadãos, assim como, revelar-se num local de investiento rentável para as empresas estrangeiras.
A solução!? Não sei muito bem qual é.
Acho que lhes começo a dar o benefício da dúvida. Se calhar o seu critério de organização política, administrativa social e cultural, não será o mesmo que o nosso. Vale a pena continuar a tentar impingir o nosso. Já lá estivemos durante séculos e não resultou...

6 comentários:

Mãe babada disse...

Acho que tens toda a razão!! Fiquei ainda com mais vontade de ver o filme...

Anónimo disse...

No Ocidente, o filme andou por cá em, cartaz, em Fevereiro.

Apesar de os críticos cinematográficos o classificarem em excelente, muito bom, bom, regular e mau, este, não passou além das 4 estrelas, não sendo as mesmas de senso comum....

quanto a mim, este filme reune toda uma abordagem politica intemporal, polémica que ilustra a capacidade do cinema em potenciar a história e os seus mitos, para o grande público.
O filme aposta no realismo fantastico das politicas etnicas.

Uma realização de fundo que faz sempre falta ao cinema, pela obsessão de poder de um (que foi) chefe de estado.

Anónimo disse...

Mto bom filme! Bem representado! bem doseado, humor, romance, drama e ainda ou pouco de historia e de verdade! A ver.

Anónimo disse...

Irmandade

Do filme o k gostei mais foi da banda sonora.

Anónimo disse...

Por acaso já ouviram falar em Maria Celeste Cardoso?

Passo a explicar:
-(Era)Directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho...longínquo e provinciano mas faz parte do Portugal dos pequeninos!!

-Devido a um cartaz"jucoso" afixado no Centro de Saúde,sobre o comentário do ministro da saúde, Correia de Campos-"Nunca vou a um SAP nem nunca irei"

-O ministro "exonerou-a" por falta de lealdade

- Um vereador socialista de Ponte de Lima substituiu-a


Num texto confuso e intolerante de poder pessoal tal com aconteceu com o professor da DREN

No nosso País não há "etnias políticas", mas a represão política começa a ter as suas nuances...

E assim vai este país de gente de brandos costumes

Anónimo disse...

Anónimo

Como vêem, ou melhor, só não vê quem não quer, há Amin(s) também em Portugal...ditadores sempre existirão na cena política.
"Não estamos em tempo de demitir ninguém por delito de opinião"