20 junho, 2007

Dia 10 de Junho


Caros Irmãos

Deixo-vos com um texto retirado do Jornal ''Primeiro de Janeiro'' do passado dia 13 de Junho, sendo o seu autor, um tal de Oscar Madureira.

"Se bem me recordo, foi o primeiro “10 de Junho” fora de Portugal.
Aquela que parece ser uma data banal, e muitas vezes menosprezada pela grande maioria dos Portugueses (não fora o facto de não se trabalhar e de serem noticia as inúmeras condecorações, que anualmente se concedem a outros tantos ilustres, nem sequer o ‘’povo se lembrava do dia de Camões”), assume uma particular relevância e emotividade, quando estamos fora do nosso País.
A manhã estava chuvosa e convidava a não largar o conforto dos lençóis, não obstante, não queria perder a oportunidade de assistir ao astear da bandeira, no Consulado Português de Macau, assim, o sentimento da nacionalidade, sobrepôs-se à vontade de dormir, pelo menos uma vez por semana, até mais tarde.
Rumo ao Consulado, sempre munido do habitual guarda-chuva, contemplava o casario de inspiração arquitectónica Portuguesa, se havia dia que me sentia português, era mesmo aquele.
Já faltava pouco para a hora quando entrei no Consulado. Depois de cumprimentar a entidade que presidia à cerimónia, dirigi-me para a varanda do edifício onde aguardei expectante pelo início do hino.
Foi então que soaram os primeiros acordes da “Portuguesa’’, ouviam-se bem alto as vozes das algumas dezenas de pessoas que ali estávamos enquanto a nossa bandeira se elevava no céu. Qual jogador da nossa selecção nacional de futebol, lá fui praguejando os versos, sempre com a lágrima da saudade bem presente no canto do olho. Sem dúvida, que o momento estava carregado de simbologia e de emotividade.
Findo aquele momento era hora de confraternizar com os compatriotas que lá estavam. Foi então que, no meio de umas das muitas impressões trocadas, me apercebi que o governo Português e a Presidência da República, tinham cometido a desfaçatez de não enviar nenhum representante oficial, à cerimónia oficial do “Dia de Camões e das Comunidades Portuguesas” a Macau. Pois bem, no meu entender, esta atitude demonstra uma enorme desconsideração, quer pelos milhares de emigrantes portugueses que se encontram a residir na Região Administrativa Especial de Macau, quer com a própria “Portugalidade’’.
Além disso, a ausência de um representante oficial do Estado Português significa um assombroso erro no que respeita ao aproximar das relações económicas com aquele que é o país mais populoso do mundo, assim como, com uma região que representa um foco de desenvolvimento e de crescimento económico a nível mundial.
Quase que se podia fazer um paralelismo entre “este esquecimento’’ e o constante atestado de menoridade intelectual, que semanalmente, nos é passado pelos responsáveis pela programação da RTP Internacional. Será que esses Srs. Alguma vez se deram ao trabalho de verificar a grelha de programação da RTPI? Sempre que sintonizo esse “canal” coloco a mim próprio essa mesma pergunta.
O que interessam ao emigrante Português os programas de “Apanhados’’, ou as intragáveis novelas das TVI? E os programas repetidos vezes sem conta?
Apesar de estarmos longe, não significa que nos tenhamos esquecido do nosso País. Muito pelo contrário, a necessidade de obter referências da nossa “Terra’’ aumentam sim, por cada dia que contamos na estada no estrangeiro. A RTP enquanto canal público, tem o dever de prestar um serviço público de qualidade a todos aqueles que mesmo no estrangeiro, contribuem para a sua manutenção.

Apesar de os séculos e os regimes políticos se sucederem, continuamos a cometer os erros estratégicos de sempre no que respeita aos valores da nossa soberania, da nossa nacionalidade e porque não, do sentimento de ser PORTUGUÊS."


Abraços

4 comentários:

Anónimo disse...

Mereces ser considerado um comentador, patriota, de gabarito Lusitano mesmo em terras orientais

Um homem de leis, dedicado à escrita jornalistica....

Um dia teremos as memórias.

Porto Tónico disse...

Como já tive oportunidade de dizer pessoalmente: muito bem e subscrevo integralmente.

Abraço.

Anónimo disse...

El rei D. Sebastião,

Não fora umas nuvenzitas de nevoeiro e chuva, a Pátria, foi defendida neste artigo de sua alteza real

Anónimo disse...

O gajo da foto plagiou ...

Este artigo não é de outro autor?