26 fevereiro, 2009

Estranho costume

Em Macau, quase todos os portugueses têm uma empregada doméstica de origem Filipina. A escolha fica a dever-se ao facto de os cidadãos daquele país asiático dominarem a língua inglesa. As Filipinas optaram por abandonar o ensino da língua materna e passaram a leccionar em inglês. A opção foi, no mínimo inteligente, uma vez que acaboou por criar um mercado de trabalho que têm quase o tamanho do mundo.
Ora bem, eu não sou diferente e também acabei por patrocinar a vinda de uma cidadã filipina, a Nora, para trabalhar lá em casa. De entre muitos costumes filipinos a Nora contou-me um que achei particularmente interessante e que poderá ser explicada pela forte presença do Cristianismo naquele país asiático.
No sábado, contou-me que tinha recebido um telefonema da terra. Segundo a pessoa que lhe tinha telefonado, a mulher do seu ex-marido tinha morrido. Acontece que a falecida tinha sido concubina do mesmo ex-marido enquanto este foi casado com a Nora. A relação passou de secreta a pública quando o ex-marido resolveu separar-se de facto da Nora e passar a viver com a tal mulher. Portanto, tinha sido a falecida a responsável pela separação do casal.
A parte mórbida da estória começa agora. Segundo a Nora, a morte da falecida não impediu que esta se tivesse mantido de olhos bem abertos. Diz a tradição filipina que para que olhos se fechassem definitivamente, a Nora, mulher em tempos traída, teria de perdoar à falecida o facto de esta lhe ter “roubado” o marido.
Pois bem, em directo do leito de morte, telefonaram à Nora e pediram-lhe que perdoasse a falecida. Do outro lado, encostaram o telefona no ouvido da defunta e deixaram-na a “ouvir” o perdão da Nora. Finalmente podia descansar em paz e, consequentemente, fechar os olhos…..

Fiquei boquiaberto, mais uma para contar aqui.

25 fevereiro, 2009

Vá para fora, lá fora!

Aproveito um velho slogan do Turismo de Portugal- "Vá para fora, cá dentro"- para contar um caso de sucesso de um velho amigo.
Aires, como todos nós, tinha um sonho. Aires queria ser alfaiate! Aires foi inteligente, mas acima de tudo corajoso, persistente e lutador. Aires foi atrás do seu sonho, e como dizia o Poeta, a obra está a nascer. Aires, infelizmente foi obrigado a faze-lo fora do seu Pais.
Por isso admiro-o.
Em dois anos de permanência nas terras de sua Majestade é já alfaiate do principe Carlos, e com 27 anos é finalista de um pretigiado concurso de moda. E muito possivelmente vai ganhar.
Em tempos de crise, um exemplo.

Aqui fica um artigo de jornal, publicado em Inglaterra sobre ele.

Vivo com o sucesso dos meus amigos como se do meu se tratasse.

Abraços a todos!

13 fevereiro, 2009

10 fevereiro, 2009

Da bola


Mais um fim-de-semana, mais uma mão cheia de estórias para contar.


Do FCP-Infelizmente empatámos daquela forma. Não fora aquele o nosso rival e quase que me apetecia dizer que preferia perder por 1 golo do que ter de ouvir o "lamento das pobres vítimas" até ao fim dos meus dias. É que na verdade aquele não foi um jogo à Porto e até o Lisandro (melhor marcador do último candidato e jogador de reconhecida qualidade) resolveu atirar-se para o chão e simular uma grande penalidade. Agora já se sabe, vai começar a lenga-lenga das conspirações e das vitórias morais dos moços que equipam à Manchester United.

Do Scolari- Viu-se o que realmente vale. Num clube onde não domina a lingua da maioria dos jogadores que dispõe, o "Felipão" transforma-se um treinador mais que banal. A palavra perde a força e a motivação (que é a sua principal arma) deixa de resultar. Viu-se que sabe pouco de bola. Na verdade acho que como bom brasileiro que é acabou por sair beneficiado disto tudo...cumpre sete meses de contrato e sai com uma indemnização de 17 milhões de euros...nada mau.

Do Quaresma-"Mais vale um pássaro na mão que dois a voar"...mais vale ser indiscutível no FCP do que ser dispensado do Inter de Milão. Acabou por ter sorte e foi parar ao Chelsea. Vamos ver o que faz nos "blues".

Do Leixões-Sem se saber bem como, lá continua o Leixões em 3º lugar da liga. Se os tipos do Chelsea quiserem, parece que o Zé Mota está disponível.

06 fevereiro, 2009

Dever cívico

Não sei se algum dos responsáveis pela redacção da Lei que foi chumbada pelo presidente da República (relativa ao voto dos emigrantes para as eleições legislativas) alguma vez foi emigrante. Se o foi, de certeza já se esqueceu daquilo que foi a sua condição.
Quando se é emigrante, não se vive, pelo menos fisicamente, a maior parte dos acontecimentos que afectam o quotidiano da nossa nação. Não obstante, o distanciamento não tolhe o entendimento dos emigrantes, ou seja, não nos impede de estarmos atentos àquilo que se passa na terra de onde partimos, que também é nossa. Não querendo parecer exagerado, atrevo-me a dizer que leio mais jornais portugueses, enquanto emigrante, do que nos tempos em que fui residente em Portugal. Com isto quero dizer que os emigrantes se preocupam com as vicissitudes da vida do seu país e com isso querem continuar a ser parte integrante da sua Pátria. O que o partido socialista pretende com esta iniciativa legislativa é diminuir o direito de participação cívica dos emigrantes. Acabando com o voto por correspondência parte dos emigrantes portugueses terão de se deslocar às representações consulares sempre que queiram votar para as eleições legislativas. Se para um português residente em Portugal, a deslocação parece fazer todo sentido, basta pensar nos emigrantes dos países com grande dimensão e nos quais não abundam as representações diplomáticas portuguesas para perceber, desde logo, quão absurda é a ideia de se acabar com o voto por correspondência.
No meu caso, sou sincero, a medida nem me afecta muito. Macau é suficientemente pequeno para eu não me incomodar com a deslocação ao consulado português no dia das “legislativas”. No entanto, as leis devem ser de aplicação ampla e abstracta. Basta que um único português se veja diminuído nos seus direitos para que esta lei não tenha qualquer cabimento.
Valha-nos o Presidente....

04 fevereiro, 2009

"Natas" made in Shanghai


Nos tempos que correm, assistir ao telejornal português, coisa que faço todos os dias, é como tomar um medicamento com efeitos depressivos tal é o conteúdo das notícias que por lá nos reportam. Para combater o efeito nocivo que as referidas notícias têm provocado na minha confiança, aproveito para contar uma estória que me foi transmitida por um conhecido que é empresário do ramo dos produtos alimentares e representante do maior produtor mundial dos produtos que comercializa.
Parece que em Shanghai, uma das cidade mais populosas do mundo com cerca de 20 milhões de habitantes, vive um português que decidiu começar a fabricar “natas” ou, para os lisboetas que lêem este blog, “pastéis de Belém”.
Pois bem, segundo o que me foi dito o nosso conterrâneo vende (pasmem-se) cerca de 100 mil exemplares por dia do “tradicional” bolo português. Como referência, posso dizer-vos que a conhecida pastelaria Lisboeta que fabrica e comercializa o mesmo tipo de bolos, vende cerca de 50 a 60 mil durante o mesmo período de tempo.
Agora imaginem que o produto é (ainda mais) um sucesso e que o vendedor das "natas" em Shanghai consegue atingir uma quota de mercado de 5% dos habitantes da cidade. Parafraseando um primeiro ministro de má memória, "façam as contas".

Esta estória é um exemplo da potencialidade que um mercado com esta dimensão pode ter. Se eles decidem gostar…(até) “natas” se vendem.

Afinal o Zapatero e o Gordon Brown não andam a dormir quando convidaram o primeiro ministro Chinês para uma visita - O Instituto Cervantes já está em Pequim, no próximo semeste com a Espanha na presidência da União Europeia prometeram-se novos acordos entre a Europa e a China. Parece que a Europa começa agora a pensar melhor.
"Se não os podes vencer, junta-te a eles"