05 março, 2007

Caríssimos
Ontem, enquanto via a RTP internacional, recordei este poema de Fernando Pessoa. Bons tempos em que recitei este Poema e o Irmão ‘’Porto Tónico’’ recitou o ‘’Orfeu Rebelde’’
Abraços
Ma Si Ka


O MOSTRENGO
O mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;
Á roda da nau voou trez vezes,
Voou trez vezes a chiar,
E disse, Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tectos negros do fim do mundo??
E o homem do leme disse, tremendo,
Él-Rei D. João Segundo!
De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?
Disse o mostrengo, e rodou trez vezes,
Trez vezes rodou imudo e grosso,
Quem vem poder o que só eu posso,
que moro onde nunca ninguem me visse
e escorro os medos do mar sem fundo??
E o homem do leme tremeu, e disse,
Él-Rei D. João segundo!!!!
Trez vezes do leme as mãos ergueu,
Trez vezes ao leme as reprendeu,
E disse no fim de tremer trez vezes,
Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um Povo que quere o mar que ?teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!!!!
9-9-1918

3 comentários:

Porto Tónico disse...

Ma Si Ka... isso é só nostalgia! Já lá vão mais de 10 anos... mas foram momentos marcantes!

"Orfeu rebelde, canto como sou..."

Abraço

BBAM! disse...

Eu ando aqui a falar, ou melhor a escrever, sobre a bola e os Sr Drs vêm com Pessoa!

Hummm...
Parece-me bem, apesar de achar que estamos a ficar com muito nível, talvez demais! Chamem o Conde de Monte Chisto, D. Gali!

Ma Si Ka disse...

Irmão BBAM

Este Blog é completamente polivalente...''A GENTE FALAMOS DE TUDO''.
No entanto, acho que ainda faltam a este espaço cibernético duas figuras da mais alta linhagem nobiliarquica do nosso país....são elas, O Rei de Leça, D. Ricardo y Hierro, assim como o eloquente, o magnânimo o incontestável, Conde de Monte-Chisto, D. Galli I.

Abraço