Apesar de já estar publicado aqui, como isto anda morno, deixo-vos com o texto:
Para um Europeu como eu, viver na Ásia constitui acima de tudo uma experiência pejada de enriquecedoras excentricidades. Aqui os hábitos são bem diferentes daquilo que estamos habituados no nosso dia-a-dia no velho mundo.Desde há uns meses que tenho experimentado aquilo que chamo, “jantar em altura”. Iniciei a aventura, na vizinha Região Administrativa Especial de Hong Kong.
O restaurante situa-se em Kowloon, no topo do conhecido e prestigiado hotel “The Peninsula” e tem nome de Gato, chama-se “Félix”. O vigésimo oitavo andar foi totalmente idealizado pelo designer vanguardista Philippe Starck, desde os talheres, até à concepção de todo o mobiliário que equipa o restaurante, passando pelas casas-de-banho e pelo elevador que lhe dá acesso, tudo foi resultado da imaginação, arte e engenho do designer. A vista sobre a ilha de Hong Kong e o ambiente sofisticado do interior e daqueles que o frequentam são os principais atributos do “Félix”. A ementa “fusion” partilha os sabores e condimentos orientais com alguns conhecidos pratos da cozinha europeia.
De seguida experimentei um dos mais mediáticos restaurantes da Ásia: De seu nome “Scirocco”, situa-se no terraço do 64.º e último andar da “Lebua State Tower” da capital da Tailândia.Bangkok é uma cidade conhecida pelos seus asfixiantes níveis de poluição que agravados pela elevada temperatura e humidade de um clima tropical tornam as caminhadas nas ruas da cidade, muito pouco saudáveis. Acontece que no “Scirocco”, não há vestígios (pelo menos não a sentimos) da poluição. Pasme-se o leitor se lhe disser que até se pode sentir uma refrescante brisa na cara que atenua o sufoco do calor da cidade. A ementa é basicamente ocidental com forte predominância da cozinha italiana. O bar redondo no topo do terraço completa a excelência do local.Finalmente, o mais alto de todos.
O “Shinyeh 101” fica no octagésimo quinto andar da Torre “Taipé 101” sita na cidade de Taipé (Taiwan). Para lá chegar a subida é distribuída por vários elevadores. O primeiro leva-nos até ao 10º andar onde teremos de anunciar a nossa subida, depois terá de se trocar de elevador para subir até ao 60º e finalmente, a última etapa, o 85º andar. Escusado será dizer que a vertiginosa subida apenas leva alguns segundos. Lá em cima temos o privilégio de espreitar por cima de toda a cidade, como se a estivéssemos a sobrevoar. Tudo parece pequeno e calmo. Visto dali, o “gigante” memorial de Sun Ya Tsen parece erigido numa escala igual às construções do “Portugal dos pequeninos”.A cozinha e a decoração são exclusivamente taiwanesas. Ao jantar a sala estava pouco iluminada, como que a deixar-se invadir pelas muitas luzes da cidade que ficava lá em baixo. A única nota negativa é que fecha muito cedo. As minhas raízes latinas preferem estender os jantares pela madrugada fora, maus hábitos!Por agora é tudo, mas prometo não ficar por aqui. No Dubai está para ser inaugurada a torre mais alta do mundo…quem sabe se um dia não irei experimentar o menu!
Guardo só para mim, que apesar destas magníficas experiências que este continente me reserva e proporciona, continuo a preferir os (tardios) almoços de Primavera, no alpendre da “Quinta de Codes”, a olhar para a vinha repleta de volumosos cachos de uvas ainda verdes, mesmo à espera de receberem o amadurecedor Sol do Estio.
(Como ainda não A tinha referido aqui no blog, aproveito para enviar um beijinho à Proprietária da dita "Quinta")
2 comentários:
Combinado! Se houver restaurante na Torre do Dubai, fica já marcado o próximo jantar nas alturas :) Temos que pensar no seguinte..! Beijo!
A minha avó diria que estavamos no fim do mundo, os meus filhos consideram actualissímo, dinâmica futurista... eu, se pudesse gostaria de conhecer o Sr. Fisher, ele é a verdadeira revolução da arquitectura.
Depois disto, saudades da velha casinha, quem as terá?
Continue a dar notícias de lugares destes... é sempre bom viajar através de outros olhos!
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