“O corte do "rating" da República pela S&P, justificado com o mau estado das finanças públicas e fraco crescimento económico, é o último salvo numa série de oito dias negros para Portugal. Merecidos, ao contrário do que diz o Governo. Porque a dimensão...
O corte do "rating" da República pela S&P, justificado com o mau estado das finanças públicas e fraco crescimento económico, é o último salvo numa série de oito dias negros para Portugal. Merecidos, ao contrário do que diz o Governo. Porque a dimensão da tragédia que se abate sobre nós (o "spread" face aos "bunds" alemães já passou 2,5 pontos percentuais!) era evitável. Bastava que o Governo, em vez de reagir, prevenisse. Como? Anunciando um profundo corte da despesa corrente (na prática, revendo o PEC) antes do veredicto das agências e dos mercados.
As medidas para cortar despesa corrente não produzem efeitos no curto prazo? Não. Mas quem disse que agências de "rating" e mercados se preocupam com o curto prazo? Do que eles precisam é de um plano que, mesmo que leve dois anos a ter efeito na estrutura da despesa corrente, funcione! Em vez disso, o Governo insulta os protagonistas e jura que o PEC é credível.
Coisa que só Teixeira dos Santos e José Sócrates vêem. Como o louco que entra em contra-mão na auto-estrada e diz que os outros milhares é que estão enganados.
O que choca no meio disto tudo é ver como um ex-presidente da CMVM, que por definição conhece os mercados, actua como um analfabeto em questões financeiras. Ignorando que a subida das taxas vai colocar o serviço da dívida, em 2010, acima dos 7 mil milhões de euros (no OE estão inscritos 5,5 mil milhões). O suficiente para pagar dois aeroportos de Lisboa. E ignorando que tudo isto pode ser um rastilho para um ataque sério à República e à confiança dos aforradores. “.
Camilo Lourenço, in Jornal de Negócios
O corte do "rating" da República pela S&P, justificado com o mau estado das finanças públicas e fraco crescimento económico, é o último salvo numa série de oito dias negros para Portugal. Merecidos, ao contrário do que diz o Governo. Porque a dimensão da tragédia que se abate sobre nós (o "spread" face aos "bunds" alemães já passou 2,5 pontos percentuais!) era evitável. Bastava que o Governo, em vez de reagir, prevenisse. Como? Anunciando um profundo corte da despesa corrente (na prática, revendo o PEC) antes do veredicto das agências e dos mercados.
As medidas para cortar despesa corrente não produzem efeitos no curto prazo? Não. Mas quem disse que agências de "rating" e mercados se preocupam com o curto prazo? Do que eles precisam é de um plano que, mesmo que leve dois anos a ter efeito na estrutura da despesa corrente, funcione! Em vez disso, o Governo insulta os protagonistas e jura que o PEC é credível.
Coisa que só Teixeira dos Santos e José Sócrates vêem. Como o louco que entra em contra-mão na auto-estrada e diz que os outros milhares é que estão enganados.
O que choca no meio disto tudo é ver como um ex-presidente da CMVM, que por definição conhece os mercados, actua como um analfabeto em questões financeiras. Ignorando que a subida das taxas vai colocar o serviço da dívida, em 2010, acima dos 7 mil milhões de euros (no OE estão inscritos 5,5 mil milhões). O suficiente para pagar dois aeroportos de Lisboa. E ignorando que tudo isto pode ser um rastilho para um ataque sério à República e à confiança dos aforradores. “.
Camilo Lourenço, in Jornal de Negócios
1 comentário:
Como pode mais uma auto-estrada Lisboa Porto?
Como pode TGV?
Como pode 3.ª travessia do Tejo?
Como pode novo aeroporto de Lisboa?
Não pode meus senhores, não pode...
Uma coisa pode - portagens nas SCUT!
Que saudades que eu tinha da Nacional 13...
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