"Pão e Circo"

Fazendo a vontade aos “perdedores” mais insatisfeitos que visitam o sítio da Irmandade, aproveito para vos contar a última novidade da RAEM. Faço-o imaginando que estou sentado à mesa da “Casa Sapo”, rodeado de petiscos, de um bom “tintol” e acompanhado por todos os membros da Irmandade (desta vez o Seixas conseguiu vir e a Direcção autorizou a presença do Gali), mas sempre com a prudência (necessária) de quem escreve sobre Macau em Macau.

Segundo as crónicas, foi anunciado ontem, pelo Chefe do Executivo da RAEM, que será distribuído por todos os residentes de Macau, uma "espécie de subsídio". Os residentes permanentes receberão 5 mil patacas (qualquer coisa como 400 euros) e os residentes não permanentes (que é o meu caso) receberão 3 mil patacas. Diz o "Chefe", que o subsídio visa diminuir os efeitos da subida galopante da inflação.

Pois bem, apesar de não saber muito bem como poderá ser entendida a minha vontade (na verdade o Povo Oriental pensa de uma forma bem diferente da nossa, leia-se Ocidental) entendo que vou abdicar do subsídio do Governo caso a vontade do “Chefe” se concretize.
Acreditem que com isto não estou a assumir a postura do “mal agradecido”. Apenas considero que a promessa se encontra exactamente nos antípodas daquilo que devia e podia ser feito a favor da estabilidade económica da Região. A história do “pão e do circo”, sobejamente conhecida pela cultura Ocidental, não ficou propriamente associada ao sucesso da iniciativa, mas sim eternamente ligada ao declínio daquele que foi em tempos, o maior império da Humanidade. Com as necessárias adaptações, acho que esta medida, se assemelha ao que foi feito, há cerca de dois mil anos em Roma, é nesse pressuposto que discordo profundamente daquilo que nos foi apresentado.

Caso um dia me perguntem, faço o favor de concretizar o que aqui introduzi. Por ora é tudo.

Abraço