Lisboa

A tarefa aproxima-se do fim. Penso que Portugal terá cumprido a sua missão. Presidiu (com sucesso) a União Europeia nos últimos seis meses. Em termos teóricos José Sócrates terá sido o melhor presidente da União Europeia dos últimos anos e com este seu mandato, de certeza que colocou o seu nome no panorama político Europeu.
Em apenas meio ano, o “nosso” Primeiro Ministro conseguiu realizar as cimeiras Europa-Brasil, Europa-Rússia e Europa-África, finalmente, conseguiu ainda “fechar o dossier” do novo tratado Europeu, de forma a que este acabasse com o nome de Lisboa. Mesmo que se diga que isso não é significativo, o que é certo é que o tratado não se chama de Madrid, Berlim ou Paris, chama-se de Lisboa e eu orgulho-me com isso.
Perante tudo isto, só pode concluir que Sócrates é mesmo um grande especialista em Marketing político. Em presença de tamanha habilidade, só posso concluir que deve conhecer melhor “O Príncipe” que o próprio Maquiavel. O “Eng”, não contente com a pompa e a circunstância vividas nas apresentações dos projectos internos, resolveu tentar a sorte na Europa...e não é que conseguiu!!!?.
À semelhança do que acontece em Portugal ainda não fez nada. Se pensarem bem, onde estão os empregos? e quanto ao aeroporto, há alguma novidade? a criminalidade, já baixou? e os jovens, têm mesmo mais oportunidades?
No caso Europeu, acontece exactamente a mesma coisa. Das cimeiras, ainda não sabemos quando, como e se poderemos colher alguns frutos. Do tratado, apesar das grandes festarolas, esquecemo-nos que o texto ainda vai ter de ser ratificado. E se muitos o vão fazer parlamentarmente, haverá outros que o não terão a possibilidade de não consultar o povo.
Aguardo pacientemente pelo resultado. Ao contrário do que possamos pensar, não pretendo que tudo seja um fracasso. Gostaria, aliás, que tudo corresse pelo melhor e que o novo tratado de Lisboa pudesse ser um texto à altura daquilo que um dia foi o Sonho Europeu. Quanto a Sócrates, reconheço que não vai ser fácil, aliado à sua capacidade de auto promoção temos a ausência de uma oposição consistente e credível que teima em não fazer aquilo a que se tinha comprometido.