23 abril, 2007

Nova Direita?









O último fim de semana foi "rico'' em acontecimentos políticos em Portugal. Os dois principais partidos da direita estiveram em Congresso. No PSD, foi tempo de eleger um novo líder da sua juventude partidária. Quanto ao CDS-PP, elegeu pela primeira vez nas “directas”, o inevitável Paulo Portas.

Começando pelos últimos, atrevo-me a dizer que o PP elegeu talvez o seu único militante com capacidade par fazer oposição. Paulo Portas alia algumas das qualidades da direita aos piores defeitos da esquerda, o que faz dele, quanto a mim, um bom político (mas só isso).Quando afirmo isto, para além de dizer que é igual ao Francisco Louçã, (apesar de se vestir melhor) quero também dizer que Portas, como membro da oposição é quezilento, demagogo, oportuno nos comentários, diremos que, o único capaz de ''chocalhar'' o ''estado de graça'' em que se encontra de José Sócrates (excepcionando, como é óbvio, o episódio da sua pseudo-licenciatura).
Apesar de tudo a oposição precisava de um Portas, precisava de uma espécie de “Cão que ladra, mas não morde”, de alguém que faça barulho e que incomode Sócrates, ou que pelo menos, seja capaz de o pôr a pensar que alguém irá falar sobre uma qualquer decisão por si tomada.

Quanto ao Congresso da JSD, FINALMENTE mudamos de líder.
E olhem que não deve ter sido nada fácil para aqueles espécimes que se movimentam nos bastidores da reunião magna, a fazer contas num qualquer papel, de telemóvel em punho e com “ar’’ de quem está a decidir o futuro da Humanidade. A curta distância entre os dois candidatos deve ter deixado os “Boys’’, com os nervos à flor da pele, caso não ganhasse o “seu homem’’, estaria em causa o seu lugar na estrutura e que , consequentemente,poderia por em causa, o seu futuro (mesmo que isso não signifique rigorosamente nada!!!).
Apesar de o futuro presidente, Pedro Rodrigues ser membro da anterior direcção até (facto que lhe valeu o apoio, ainda que não oficial, desta última), penso que, qualitativamente será bem melhor que Daniel Fangueiro.
Ao anterior presidente, enquanto líder, faltava-lhe carisma, dotes de oratória, idéias, mediatismo e porque não, a irreverência própria de um líder de uma juventude partidária. Para além do mais, faltavam-lhe qualidades de carácter técnico. Demonstrou sempre, uma enorme falta de preparação para debater as principais questões que se lhe colocavam, pelo que, o recurso a “lugares comuns’’ era recorrente e até maçador para quem o ouvia.
Independentemente das qualidades humanas, que todos lhe reconhecemos, acho que não foi um bom representante da maior juventude partidária portuguesa, muito menos, numa altura em que teoricamente seria mais fácil fazer-se ouvir. Para a JSD, apenas conseguiu a perda de importância interna e algum esquecimento por parte da sociedade civil. Exemplo disso, foi a notoriedade dada pela comunicação social lusa, a este Congresso da JSD. A eleição do novo presidente, valeu-lhe um último e esquecido parágrafo nas páginas dos principais jornais portugueses em que a notícia, é uma das muitas e inconsequentes promessas de Luís Marques Mendes.
Espero sinceramente, que Pedro Rodrigues (meu conterrâneo e colega de profissão), possa e consiga fazer melhor pela “nossa’’ JOTA.




4 comentários:

Anónimo disse...

Gostei.

O Ex Presidente, ganhou o lugar da seguinte forma:

http://visoesmendonca.blogspot.com/2005_03_01_visoesmendonca_archive.html

Abraço

Anónimo disse...

Nova direita?!
Não o diria porque esta está fétida e assim continuará. Os actores são os mesmos e a "treta", intrigas e estratagemas tal e qual se manterão.

Pena é que, novos ou velhos, e seja em qualquer dos partidos políticos, se perca mais tempo em "lutas" e intrigas internas do que, de facto, a tentar descobrir soluções e novas ideias para Portugal. Mas este é um mal geral de todos os partidos.

Pseudo escolas políticas que mais não são do que escolas de aprendizagem da mais baixa intriga, do oportunismo e valorização da medicridade... Sempre, ou melhor quase sempre (porque ainda quero acreditar que exitam um ou dois que lá possam andar por acreditarem ser possível "criar" algo para Portugal) com olhos vistos num futuro "lugar certo e seguro" (pelo menos enquanto o partido estiver na "mó de cima"). Salvo raríssimas excepções, depois de deixarem de ser "jotas" singrarão em pleno para o partido, com a "escola feita", em que não passarão de mais uns "bons faladores"...

É triste, mas é assim.

João M. R.
(um desacreditado da política em Portugal)

Ma Si Ka disse...

Caro João M. R.

Se calhar até aceito a sua condiçào de desacreditado da política em Portugal.

Acerca disso penso dedicar um post em breve.

No entanto, penso que talvez exista uma luz ao fundo do túnel.Desculpe o lirismo, mas se assim não pensar, quase que estou a assumir que tudo está perdido e que à minha geração nada resta fazer.

Abraço

Porto Tónico disse...

Caro Ma Si Ka,

Até concordo, em grande medida, com os comentários supra "Joao M.R.".

As juventudes institucionais deveriam ser, à partida, uma escola de pensamento livre dentro dos "padrões ideológicos" partidários. Aliás, o seu objectivo - digo eu - passa por ensinar os nossos jovens a ter uma opinião crítica que permita a adaptação do partido à evolução social e a consequente renovação ideológica de estruturas pouco maleáveis como são as partidárias.
Mas é isso que acontece???

Não sou tão generalista como o outro "comentador" porque conheço gente inteligente e com valor (e com propostas credíveis) que está filiado em diferentes partidos e respectivas juventudes! No entanto, também conhecemos tantos outros que são umas autênticas nulidades, sem a mínima preparação académica ou pessoal para assumir qualquer cargo. E o problema está aqui. É que estas "personagens" só (co)existem com o apoio dos restantes e, na maioria das vezes, à custa de um novelo de "esquemas" e "cumplicidades" que não lembram ao comum mortal (os tais dos telefonemas e das "sms" aquando das votações).

E é este "jogo paralelo" que me assusta. Como é que alguém que não sabe alinhavar duas frases ou ideias consegue representar uma juventude partidária? Isto é um risco da democracia, sem dúvida, mas é isto para que as juventudes servem? Para aprender "vícios" políticos ab initio? Para formar "mais do mesmo"? Para valorizar a mediocridade em detrimento de seguir alguém com ideias, com valor e vontade de criar algo e que não ceda ao jogo do "toma lá dá cá"?

Se assim fôr, mais vale acabar com as Jotas porque elas simplesmente de nada servem, senão criar mais uns protótipos de políticos.

Aliás, transpondo para a divisão dos "senior", ainda que com uma dimensão diferente, vejamos o episódio caricato do recente debate "Ribeiro Castro vs. Portas" quanto à acusação da "promoção da mais baixa intriga partidária". Lá está... eles próprios o reconhecem!

Bem, no fundo, acredito que situações haverá (poucas para já) em que o mérito é reconhecido. E isso é que vai dando esperança e faz acreditar que a democracia ainda se poderá valer de si mesma para existir. Quando isto se tornar regra poderemos começar a ver alguém com capacidade para gerir a "Tugolândia" (infelizmente e sem orgulho na expressão, mas é a mais apropriada para o nosso país neste momento).

Um abraço