09 outubro, 2007

Cão de Caça






Como já vem sendo habitual, no dia 5 de Outubro inicia-se uma vez mais a época venatória.
Há mais de 10 anos, perfilavam nas estradas que corriam para o interior, inúmero automóveis compostos por pequenos grupos de caçadores e que levavam a reboques cães de caça!
Pelas apertadas grades vislumbrava-se os perdigueiros que raramente eram muitos e que faziam contraste com os atrelados dos cães coelheiros, que normalmente, eram totalmente fechados ou apresentavam apenas breves rasgos no cúbiclo de alumínio rodado.
A viagem essa era composta por um contínuo ladruzir entre cães, e que só era interrumpida quando um caçador saía do carro, para "amainar" a fúria do animais.
De noite, e a anteceder a madrugada de caça, não era necessário ser noite de lua cheia para os cães comunicarem entre si, por ladridos e latidos. Normalmente também só serenavam com uma sola de bota ou um "biqueiro" do dono.
Já durante a caça, os cães mais novos, entravam no monte com a sensação de quem voa como uma pomba livre e talvez desorientados não apareciam mais. Os mais velhos, talvez por amuo das vergastadas da na noite anterior, era normal não responderem às ordens dos seus donos.

Os seus donos, perderam muitos meses a prepara-los para o primeiro dia de caça. Ao nascerem, o agoiro dos baptismo já poderia significar um bom cão de caça; "Radar", "Nero", "Moreno", "Boneca", "Sarilho" "Henrique Nicolau" e um sem fim de nomes que em vaticinio cumpriam os desejos do donos!
Quantas horas de treino, com meias repletas de penas e assobios diferentes, "guichés" para aguçar o instinto ao animal!

No passado dia 5, e após 5 anos de interregno, lá estive eu em mais uma abertura!
Foi por ver o cão de caça do Leandro, que dá pelo nome de "Shake" e pelo facto de este se ter perdido grande parte da manhã e durante uma boleia na carroçaria de uma carrinha de caixa aberta se ter atirado para fora desta, que me lembrei de homenagear todos os cães de caça, que nos acompanharam em muitas caçadas e são causadores de muitas e boas recordações!

1 comentário:

Ma Si Ka disse...

Parece que estou a ver a cãozoada toda a ladrar.
As correrias intermináveis que se seguem após a abertura da porta do atrelado, os assobios, as "minas" e os biclhos com a língua de fora de tanto andarem.

Katano que saudades...