27 junho, 2008

Nas alturas

Apesar de já estar publicado aqui, como isto anda morno, deixo-vos com o texto:
Para um Europeu como eu, viver na Ásia constitui acima de tudo uma experiência pejada de enriquecedoras excentricidades. Aqui os hábitos são bem diferentes daquilo que estamos habituados no nosso dia-a-dia no velho mundo.Desde há uns meses que tenho experimentado aquilo que chamo, “jantar em altura”. Iniciei a aventura, na vizinha Região Administrativa Especial de Hong Kong.
O restaurante situa-se em Kowloon, no topo do conhecido e prestigiado hotel “The Peninsula” e tem nome de Gato, chama-se “Félix”. O vigésimo oitavo andar foi totalmente idealizado pelo designer vanguardista Philippe Starck, desde os talheres, até à concepção de todo o mobiliário que equipa o restaurante, passando pelas casas-de-banho e pelo elevador que lhe dá acesso, tudo foi resultado da imaginação, arte e engenho do designer. A vista sobre a ilha de Hong Kong e o ambiente sofisticado do interior e daqueles que o frequentam são os principais atributos do “Félix”. A ementa “fusion” partilha os sabores e condimentos orientais com alguns conhecidos pratos da cozinha europeia.
De seguida experimentei um dos mais mediáticos restaurantes da Ásia: De seu nome “Scirocco”, situa-se no terraço do 64.º e último andar da “Lebua State Tower” da capital da Tailândia.Bangkok é uma cidade conhecida pelos seus asfixiantes níveis de poluição que agravados pela elevada temperatura e humidade de um clima tropical tornam as caminhadas nas ruas da cidade, muito pouco saudáveis. Acontece que no “Scirocco”, não há vestígios (pelo menos não a sentimos) da poluição. Pasme-se o leitor se lhe disser que até se pode sentir uma refrescante brisa na cara que atenua o sufoco do calor da cidade. A ementa é basicamente ocidental com forte predominância da cozinha italiana. O bar redondo no topo do terraço completa a excelência do local.Finalmente, o mais alto de todos.
O “Shinyeh 101” fica no octagésimo quinto andar da Torre “Taipé 101” sita na cidade de Taipé (Taiwan). Para lá chegar a subida é distribuída por vários elevadores. O primeiro leva-nos até ao 10º andar onde teremos de anunciar a nossa subida, depois terá de se trocar de elevador para subir até ao 60º e finalmente, a última etapa, o 85º andar. Escusado será dizer que a vertiginosa subida apenas leva alguns segundos. Lá em cima temos o privilégio de espreitar por cima de toda a cidade, como se a estivéssemos a sobrevoar. Tudo parece pequeno e calmo. Visto dali, o “gigante” memorial de Sun Ya Tsen parece erigido numa escala igual às construções do “Portugal dos pequeninos”.A cozinha e a decoração são exclusivamente taiwanesas. Ao jantar a sala estava pouco iluminada, como que a deixar-se invadir pelas muitas luzes da cidade que ficava lá em baixo. A única nota negativa é que fecha muito cedo. As minhas raízes latinas preferem estender os jantares pela madrugada fora, maus hábitos!Por agora é tudo, mas prometo não ficar por aqui. No Dubai está para ser inaugurada a torre mais alta do mundo…quem sabe se um dia não irei experimentar o menu!
Guardo só para mim, que apesar destas magníficas experiências que este continente me reserva e proporciona, continuo a preferir os (tardios) almoços de Primavera, no alpendre da “Quinta de Codes”, a olhar para a vinha repleta de volumosos cachos de uvas ainda verdes, mesmo à espera de receberem o amadurecedor Sol do Estio.
(Como ainda não A tinha referido aqui no blog, aproveito para enviar um beijinho à Proprietária da dita "Quinta")

25 junho, 2008

Benfica na Liga dos Campeões




Uma soberba adaptação do filme “Der Untergang” (A Queda) ao submundo do futebol português e o ao desespero e obsessões do clube de lisboa que joga de vermelho!

A não perder! Um portento do mundo cinematográfico!

20 junho, 2008

Giovanni Galli

Como referia um Anónimo…onde fomos nós buscar o Galli?

Pois bem, aqui fica a história do nosso Irmão.

Donn Giovanni Giussepe di Garibaldi Galli é o seu nome completo. Nasceu para o mundo em terra de Mar, Matosinhos. Nessa mesma cidade, frequentou as melhores academias de ciências e letras a ponto de ser aluno distinguido com inúmeras medalhas de “bom comportamento” académico.
Já Homem feito, rumou para a “Foz do Douro” para cursar Direito na “Universitas Catholica Lusitana”. Talvez por influência da sua “costela” judia, tornou-se um grande mercador daquele importante interposto da cidade do Porto. Não havia artigo que por si não fosse comercializado a alunos, funcionários (e há até quem diga ilustres professores) daquela instituição.
Pela sua elevada compleição física, notabilizou-se na prática de desportos como a “lerpa”, o “levantamento do copo” e o “trava”.

De discurso eloquente, Galli buscava inspiração diária nas páginas da sua “Bíblia Sagrada”, “a BOLA”.
Quem o conhece, sabe que tem um único ídolo, Diego Armando Maradona, de quem se suspeita ser amigo particular, tal é o número de episódios da vida íntima do astro argentino que é conhecido pelo nosso irmão. Contam as más-línguas que Galli tem a foto do seu ídolo na sua mesa-de-cabeceira.
Ainda durante o tempo da sua magna licenciatura, foi-lhe atribuído, pelo representante da Causa Real no Norte – Sua Excelência o Rei de Leça - o título de “Conde do Monte de Xisto”, pela forma digna com que sempre honrou os valores da Amizade, Honestidade e Companheirismo no seio da Irmandade.
Já Dr., ingressou numa carreira junto da banca onde se esperam façanhas de grande monta. Sabemos, que o seu sonho é ser “empresário da bola”, vamos ver se consegue.

Há quem diga que as suas escolhas e preferências futebolísticas são o seu “ponto fraco”….enfim, ninguém é perfeito.

Alguns membros da Irmandade, coordenados por BBAM, preparam afincadamente um dicionário de expressões e termos Gallinianos, aguarda-se a publicação.

Um Abraço para o meu Amigo Galli

18 junho, 2008

Fong Soi


Já aqui descrevi vários episódios da minha vida em Macau. Pois bem, achei que a estória que se segue também era digna de ser contada e por isso, aqui vai.

As últimas semanas em Macau têm sido de autêntico dilúvio. Chove copiosamente durante dia e noite. Mesmo aqueles anos de cheias, em que nos parece chover muito em Portugal, em nada se assemelham às torrenciais chuvas deste clima tropical. Resta-me saber, para onde vai tanta água!!!

Pois bem, o meu gabinete não ficou indiferente e resolveu "meter água", também ela em quantidades industriais, a ponto de uma das paredes se poder assemelhar a uma pequena cascata.
Enquanto eu, já com o nó da gravata parcialmente desfeito dizia cobras, lagartos e todos os nomes de invertebrados existentes no Planeta Terra, apareceu uma colega Macaense que me disse naquele sotaque inconfundível “Dr. água é sorte, é muito bom quando chove dentro de casa, é sinal de dinheiro…”.
Depois de ouvir isto pensei, “se estivesse em Portugal, estava a levar uma “tanga do catano”, mas como estou na China…tudo é possível, afinal para este pessoal tudo é bom ou mau fong soi, tudo significa sorte ou azar, muito ou pouco dinheiro”.

….. maneiras diferentes de ver a mesma realidade.


Abraço

"Causas Superiores"

Irmãos do Oriente, deixo-vos este e-mail que recebi. Acho que não custa nada participar...
Aliás, para quem está fora do "canteiro" também é uma forma de apelar às nossas causas e às nossas cores!!



Mundo a Sorrir disse:

Já votaste na Mundo a Sorrir no concurso das Causas Superiores??

Ainda Não!?!? ...até dia 4 subscreve a nossa causa e com o teu apoio vamos conseguir construir uma clínica dentária na Guiné Bissau.

http://www.causassuperiorestmn.com/

O CAUSAS SUPERIORES tmn é um programa do Canal UP - Universidades e Politécnicos, que assume a forma de um concurso de âmbito nacional e que tem como objectivo fomentar atitudes positivas e encorajar o público do Ensino Superior a investir em projectos de reconhecido valor nas áreas de solidariedade, voluntariado e responsabilidade social.

Contamos contigo e contamos com o teu apoio para divulgar esta nossa causa!
Coloca o teu nome, nº de BI (preenchendo o número que aparece isolado na quadrícula respectiva).

Se já votaste não há problema, pois podes votar em todas as causas. Não podes é votar na mesma duas vezes!!!

17 junho, 2008

Rojoada

Para fazer a vontade ao Sebastião e porque este blog é o mais eclético possível, resolvi falar de outra coisa em que os portugueses são efectivamente bons...o fute..., perdão.....a gastronomia.


Hoje, ao contrário do que acontece quase todos os dias, não almocei em casa.

Estão em Macau um ex-colegas de faculdade e foi tempo de me despedir da rapaziada num almoço no restaurante Afonso III (não, não me refiro ao restaurante do "Parreco" em Mirandela).

Seguindo a sugestão do PT, comi uma rojoada que me soube "pela vida". Os que me conhecem sabem bem da minha adoração por este prato. Já não me lembrava da última vez que tinha "estraçalhado" um "rojel". O próximo passo é começar a almoçar isto lá em casa.
Abraço

Tanto futebol é obsceno....

Já deu para ver que este Euro2008 não trará nada de novo...
Todos nós já sabemos qual é o filme que está a passar e esta história já nos foi contada em anos anteriores.
Será como sempre: Cria-se uma euforia nos meios televisivos, que é incentivada pelos grandes grupos económicos, com alto destaque para os bancos e os principais grupos que controlam o nosso pequeno rectângulo.
A televisão passa em catadupa reclamos alusivos à selecção nacional, as estrelas dos relvados fazem figuras de néscios na propaganda da TMN, o autocarro da selecção nacional é empurrado pelo zé povinho(talvez causado pelo boicote dos camionistas)e o Nicolau Breyner aparece a pedinchar novos sócios dizendo que já somos 300 mil...

Enfim...parece que o País não tem mais nada que falar a não ser a " Bola"!
Não culpo a selecção e os seus jogadores. Bem pelo contrário, acho que este espírito de apelo às cores nacionais e às nossas quinas, até pode fazer que os nossos jovens aprendam mais sobre as 3 questões que o P.R lhe colocou por alturas do 25 de Abril. É verdade que sou contra o facto de termos um seleccionador Brasileiro, mas pode ser que com ele, o Deco e o Pepe, o acordo ortográfico ganhe força para os seus defensores.

Enfim, abre-se o telejornal com a lesão do Quim, segue-se a problemática situação do F.C.P e rapidamente aparece o Boavisteiro "Zé do Laço" que derrama lágrimas por imaginar o fechar de portas do estádio do Bessa que ainda cheira a novo, sem dar a utilidade que os milhões de Euros que os Estádios do Euro2004 noscustaram e nos prometiam colocar Portugal ao nível da Europa e não hipotecar o País, como veio a acontecer.

Talvez por isto( ou por ter acordado com um "tabefe" que me deram nos aliados durante os festejos do FCP na taça dos camp~eos europeus) , eu ligue muito menos ao futebol agora.

No entanto meus caros irmão, sou apreciador da "arte futebolística" e não deixo de ficar boquiaberto e radiante quando vejo marcar um golo desta categoria...qual Ronaldo qual que!?!

Com sorte, e se for Brasileira pode ser que ainda venha a jogar na nossa selecção

12 junho, 2008

Konstantin Bessmertny


Fica aqui uma justa Homenagem ao famoso Pintor russo que está radicado em Macau e com quem tive o prazer de jantar esta semana (obrigado Bia, pode ser que um dia lhe compremos um "quadrito", era bom sinal).

Provavelmente não estava a pensar no "Homem Português" quando pintou este quadro, mas se estivesse não teria errado por muito


Um Abraço

Nos "quartos"

Podia falar dos pescadores, dos camionistas, dos agricultores, dos taxistas, dos professores e até do "pouco pontual" Secretário de Estado que veio a Macau falar do "Simplex". O problema é que nenhum dos assuntos nos trará boa disposição. Por isso, e para variar, falo uma vez mais de Futebol que ainda é a única coisa que nos anima enquanto Portugueses.

Por muito optimista que fosse, nunca pensei que a selecção estivesse tão bem. O primeiro jogo foi um dos melhores jogos que me recordo de ter visto. Contra a República Checa, apesar de a exibição não ser tão consistente, voltámos a ganhar. Agora que estamos nos "quartos" temos de manter a qualidade exibicional e fazer aquilo que não conseguimos fazer em casa.
Tenho uma grande Fé!!!
Um Abraço a todos

07 junho, 2008

Indiana Jones


Recomendo vivamente. Apesar de ter mais uns anos, o “Indy” continua com a mesma agilidade. Não falta o característico barulho do chicote, o temor por cobras e ainda o chapéu que o eternizou. Há armadilhas, cidades secretas, explosões, perseguições e uma mulher vilã.
Que me lembre, é a primeira vez que se fala de portugueses, o que apesar de ser uma novidade, não me parece nada mal.
No fundo, parece que só passaram alguns meses desde a primeira vez que vi o último. Assim que for a Zuhai, vou adquiri-lo para a colecção, depois, numa qualquer tarde de Domingo, sento-me no sofá da sala, e revejo vezes sem conta, como fazia "no antigamente".

Abraço, bom fim-de-semana e que venha a vitória sobre os turcos.

05 junho, 2008

Adeus à Liga dos Campeões


Uma vez, em conversa, ouvi dizer que a profissão de Advogado "não tem grandes responsabilidades". Afirmação que revela um desconhecimento profundo daquilo que é o dia-a-dia da vida de um causídico. A imperatividade dos prazos, o rigor, a pressão dos clientes e o stress dos julgamentos, são só alguns exemplos daquilo que nos espera no quotidiano.

Pois bem, a decisão da UEFA que exclui o FCP de participar na próxima sessão da Liga dos Campeões, é bem o exemplo daquilo que são as responsbilidades de um ou mais advogados.

Retirando da discussão o factor financeiro, (em termos meramente académicos este factor pode ser deixado para segundo plano), ao lhe ser aplicada a referida decisão da UEFA, "apenas" se porá em causa a veracidade dos títulos ganhos pelo FCP, bem como a manutenção do seu "bom nome" no seio da opinião pública nacional e internacional.


Ora bem, é exactamente neste momento, que o papel do departamento jurídico do FCP assume particular importância e responsbilidade. Ao aconselhar a direcção do Clube e da S.A.D. a não recorrer da decisão que lhes retirou 6 pontos no campeonato, os colegas, olvidaram o regulamento da UEFA que nos impediria (enquanto clube condenado) a participar nas competições europeias para as quais tinhamos sido (legitimamente) apurados.

Ou seja, ao optar por não recorrerem da decisão, não poderaram as verdadeiras consequências dessa mesma opção, a exclusão da Liga dos Campeões na próxima época bem como todos os prejuízos que daí possam advir.

Na verdade, até nem acho que a ratio legis do regulamento seja assim tão descabida, se alguém obtém determinado resultado de forma ilícita, é natural que não lhe sejam concedidos os benefícios resultantes desse mesmo resultado. É isso que acontece com os detentores (individuais) de títulos, quando se lhes descobre, entre outras razões, a utilização de substâncias dopantes.


Apesar de ainda não haver decisão definitiva e o FCP ainda não estar definitivamente afastado da competição, acho que toda esta "novela" poderia ter sido evitada caso o apoio jurídico prestado tivesse sido capaz. Pelos vistos não foi. Há que retirar daqui uma lição. Espero que a compreendam a bem do FCP e da sua massa adepta, na qual me incluo.


Abraço

03 junho, 2008

Oscar Pistorius

Este rapaz chama-se Oscar Pistorius (gosto do nome....Pistorius). Apesar de ser amputado das duas pernas foi autorizado a correr em Pequim ao lado dos mais rápidos do Mundo. É um exemplo de força, perseverança e coragem. A prova de quando se quer alguma coisa, há que lutar por ela.
Era este tipo que deveria ter sido convidado para visitar a nossa Selecção Nacional.....

Abraço

01 junho, 2008

"O fim de um tipo triste"

Este fim de semana realizaram-se as eleições do PSD. Após a transmissão do jogo da selecção, foi tempo de saber os resultados do escrutínio. Sem grande surpresa para mim, a vencedora foi a candidata mais capaz de ajudar o PSD a recuperar a sua credibilidade.
Acerca dos últimos tempos, li o seguinte:
"Aparentemente, Luís Filipe Menezes deixa hoje de estar à frente do PSD. É uma coisa óptima. Luís Filipe Menezes – como se podia saber muito antes de ter chegado àquele cargo, e como ele amplamente se encarregou de confirmar -, foi um horror absoluto à frente do PSD. Mesmo para alguém que se interesse pouco pela matéria, é uma evidência indesmentível. A incivilidade (com respeito a Pacheco Pereira, por exemplo), o permanente dramatismo da pessoa própria, o patético sistemático, e outras muitas coisas assim – o ódio, como foi notado: sim, o ódio, com uns acenos húmidos de humildade -, saltavam aos olhos. Quem vier depois, quem quer que seja, não será pior. Pelo menos não terá aquela tristeza (“tristeza” é a boa palavra, e, num certo sentido, resume-Ao: um tipo triste, com o muito mal da inferioridade da tristeza). Pelo menos isso. Deste livrámo-nos."

[publicado por Paulo Tunhas no Atlântico]