12 agosto, 2007

Miguel Torga


Sei um ninho.
E o ninho tem um ovo.
E o ovo, redondinho,
Tem lá dentro um passarinho
Novo.

Mas escusam de me atentar:
Nem o tiro, nem o ensino.
Quero ser um bom menino
E guardar
Este segredo comigo.
E ter depois um amigo
Que faça o pino
A voar...

3 comentários:

Anónimo disse...

Ma Si Ka

TORGA=URZE SELVAGEM
MIGUEL=homenagem a Cervantes

Coragem Cívica
Personalidade
Liberdade
Identidade
Inteireza

São marcas que perpetuam o escritor.
S. Martinho de Anta e Coimbra homenagearam hoje, o poeta transmontano, no seu centenário, com poesia(Natal) e teatro(Bichos).
Versos que a pena de "Torga" transformou em poesia. Os presentes saborearam cada palavra de uma obra intemporal.
Torga, para uns estudiosos, um autor mal amado, para outros, um dos mais agredidos, como refere Mário Claúdio, para quem a poesia de Torga está muito aquém da tradição poética.

As comemorações de hoje, decerto não chegaram para avivar a versatilidade e pluralidade das preocupações sociais e identidade humana de Torga.
A ausência de representantes do Governo(ministra da cultura) nas cerimónias foram marcadas e sentidas na casa Museu Miguel Torga em Coimbra.
Os manuais escolares não preservaram este centenário,como forma de reavivar o interesse em redor da obra Torguiana, nesta época de crise d e valores, do "ser e não ser", do "ser e não ter", do exemplo da Memória através da escrita e referencia das artes nacionais.
Graça Morais viajou pela obra literária com a sua pintura.
Bom paralelismo.

Anónimo disse...

Ma Si Ka

A simplicidade do poema, que escolheste, encerra uma mensagem forte e profunda, contemplando o "HOMEM" que és.

A certeza da escolha foi feita pelo apelo da tua acertividade e personalidade de carácter.

Surpreender assim, é sempre bom.

MzC

Anónimo disse...

A noção de Cultura do nosso Governo parece vogar entre a festivalice frívola e exibicionista de Berardo e talvez o teatro musical de La Féria. Não inclui Miguel Torga - que me parece ter sido o maior escritor português do nosso tempo (de quem foi também do tempo dele), e o que mais justamente deveria ter ganho o Prémio Nobel em Portrugal. Só o 1º Livro da Criação do Mundo justificaria esta apreciação. Mas há ainda todo o resto da sua obra, inclindo a poética, incluindo os Diários.